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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

AS TANTAS INFÂNCIAS

Crianças trabalhando nas praias de Salvador

Foto cedida por Fernanda Barbosa (22/1/2010)

A infância são tantas...

Tantas são suas imagens...

Tantos são seus mistérios...

Tanto já se falou, escreveu, poetizou em imagens, palavras e sons sobre ela...

Pouco se perguntou as crianças sobre a infância... que são tantas...

O que é a infância ?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Ora, pois!

Não acredito que eu gostava

De arroz com ovo frito

Quando lembro sinto no peito um nó

Esse prato temperado pelas mãos mágicas da minha vó.

Deitado no sofá, atrás de mim à janela

E os sons que entravam dela me faziam acordar.

Com toda preguiça e vontade de dormir

Maior vontade era de brincar na rua.

Sob a luz da lua tantas cantigas de roda

E sorrisos cândidos nos rostos miúdos de todos nós:

Pique-esconde, chicotinho-queimado, pipa ao vento,

fazer cata-vento, apanhar fruta no pé.

Quantos dias, quantas noites de alegrias, de sonhos e aventuras!

Essa infância que recordo é saudosa, mas faz parte acabar.

Por enquanto digo quem dera que eu possa ao menos avistar

E espero ansioso novos dias que eu possa ao menos visitar

Meus próprios anjinhos a saltitar.

E repetir o que minha mãe dizia:

-Ei, menino, tá na hora de entrar!

Vanderson Godoi


Son niños todavía

Son niños todavía, buscan refugio en su actuar, no hay mayor muestra que me lo pueda demostrar, que sus manos pintadas, y sus escasos minutos de receso aprovechados para fatigarse tras un balón.

Se cansan y sueñan, se ilusionan y toman dictado, algunos se asombran con la historia universal, y otros esperan un descanso para escuchar algo de supuesto punk-soft o música emotional.

Protestan si saber porque, gritan con afán desmedido, y se maquillan en una inocencia comprometida, en el refugio de las horas en un salón.

Hay quién estudia y quién no, quién roba y quién no, quién ama a muchas o muchos, y los que aman igual, pero callan.

Son niños, que se escapan de su niñez, que la bordean y la quieren saltar, pero no pueden, porque siguen siendo niños.

Goyette Dos Gallos

http://www.carlosgrego.blogspot.com/

http://www.goyettedosgallos.blogspot

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sorriso da Estrela de Aleilton Fonseca

Recomendo a leitura do conto Sorriso das Estrelas de Aleilton Fonseca. Ele pode ser encontrado no livro Jaú dos Bois (1997) e Desterro dos Mortos (2001).

O conto Sorriso das Estrelas de Aleilton Fonseca desenrola no velório de Estela, uma menina de 13 anos. Pedro, o narrador-personagem-menino, diante da morte de sua irmã Estela evoca lembranças de suas infâncias e apresenta ao leitor pontos dolorosos do passado. São imagens arranhadas que vão sendo reconstruídas ou recuperadas por meio das lembranças evocadas no ato de memorar. A relação dos irmãos é tecida por sentimentos de afetos, mas, também por sentimentos perversos e mesquinhos. Aleilton Fonseca revela sua intimidade com a infância e, de forma bela e sensível, clareia o seu lado oculto que, diversas instâncias sociais da modernidade, como família, escola, pediatria, religião entre outras tentaram esconder sob o manto mitificado da pureza e do angélico. São imagens literárias que permitem imageações que as transfiguram poeticamente por entre solidão, tensões, contradições, afetos, carências paternas e maternas, perversidades, amores. São crianças invisíveis que transitam no mundo adulto como fantasmas que ainda não se fixaram no outro plano, sugerindo uma existência em duas temporalidades passado/presente, infancialidade/adultez. Nesse conto há a promoção do encontro com a alteridade da infância, com a sua interioridade, com a maneira íntima de a criança sentir o mundo e de significar as coisas desse mundo, a infância como acontecimento, experiência e tempo, um infancializar-se. A possibilidade de a infância realizar-se como tempo/existência poética na trajetória criança.