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terça-feira, 19 de maio de 2009

SOBRE O CHORO DE MAÍSA

Há dois anos assistimos a atuação de Maísa no programa de Silvo Santos. A sua superexposição é usada para atrair audiência. Por duas vezes a criança chorou no ar, uma por ter recebido uma bronca do Silvio, a outra por medo de um menino mascarado que iria contracenar com ela. Especula-se se o choro foi armação para aumentar a audiência ou se, de fato, a criança chorou como forma de reação as situações vivenciadas.

O que devemos discutir é a veracidade ou não do choro da criança? Ou o fato de Maísa ser uma trabalhadora infantil? Por que o trabalho infantil na televisão não é denunciado e combatido? Por que somente as famílias pobres são denunciadas e expostas na mídia? Todos sabem da existência de crianças no meio rural inseridas como mão de da agroindústria, em minas de carvão como mão- de - obra escrava, nas sinaleiras trabalhando com comércio informal, em residências como empregados domésticos, e nas avenidas sendo prostituídas e todos fingem que não vêem.

A indústria, não só de cigarro, comercializa produtos obtidos com a mão de obra infantil. Na cadeia produtiva o consumidor brasileiro alimenta esse quadro de exploração, e todos fingem que não vêem.

O Choro de Maísa, talvez seja um pedido de socorro. Esse acontecimento traz á baila algumas contradições sócias que valem ser discutidas. Uma delas é o julgamento moral dos pais das crianças pobres por permitirem que elas trabalhem. Deixamos de questionar o trabalho infantil de crianças oriundas de classe sócias médias e altas que trabalham na mídia, por exemplo, como apresentadoras, atrizes, modelos, cantores etc., e todos fingem que não vêem.

O que de fato estamos julgando? O que continuamos a fingir que não vemos

Texto aguardando aprovação em http://www.brasilwiki.com.br/pendentes.php