Por recomendação do Jornalista Paulo Lope li a matéria “Filhos do ciberespaço: velhos de 20 anos” do Jornalista Brad Stone. Realmente suas colocações sobre a inserção das crianças no ciberespaço são espantosas e interessantes.
Brad Stone é surpreendido por sua filha de dois anos de idade ao pronunciar "Livro do papai", referindo-se ao seu leitor eletrônico Kindle. Para o jornalista o fato de uma criança de apenas dois anos identificar o Kindle como “substituto das palavras impressas em páginas físicas” demonstra a intimidade já iniciada ente ela e as tecnologias. No seu ponto de vista a sua filha terá a sua vida totalmente deliberada pelas tecnologias e não conhecerá outras formas de comunicação e acesso a informação que não seja através “[...] dos livros digitais, dos bate-papos pelo Skype com parentes distantes e dos videogames para crianças no iPhone. Verá o mundo de uma maneira muito diferente da dos seus pais” (p.1).
Par ele não só o Kindle, mas os novos aparelhos de alta tecnologia que serão lançados moldarão a infância de crianças com idade de sua filha e a distanciará das crianças mais velhas, por exemplo, com a distância de 10 anos de idade. Stone nos traz como questão os hiatos, outrora era a separação nítida e única entre a infância e a adultez, agora demarcam, na sua compreensão, as minigerações. Dessa forma, não podemos mais falar uma única infância no mesmo espaço/tempo, mas em infâncias, a sua pluralidade antes pensada por classe, gênero e poder, agora situa-e entre tecnologias, cabos, webecam, livros digitais, bate-papos, Skype, Orkut, jogos online etc.
A cibereinfância é uma realidade como já abordei em outra postagem neste blog. A infância socializada no ciberespaço avança em velocidade vertiginosa, reconfigurando-se de múltiplas formas na sua linha do tempo, então, teremos que falar nas tantas cibereinfâncias. Esse fato levanta questões inquietantes que são desdobramentos desse extraordinário acontecimento no que se refere à ralação das crianças entre seus pares, os adultos, os professores, os especialistas e suas formas de subjetivações.
Finalizo deixando algumas questões: como vamos lidar com o fato de que no ciberespaço a criança se infancializa, ou seja, vive a sua infacialidade, a infância sendo, fora do enquadramento da adultez? O ciberespaço pode ser um espaço de mediação para a construção da infância em que a criança é autorizada como sujeito do logos, como a escola a família outra instituições voltadas ao seu cuidado vão concretamente lidar com isso? Entenderemos e aceitaremos o ciberespaço como um lugar de hiperealização da infância?
Pois é, professora Tereza. Cada infância - e a educação dada pelos respectivos pais - terá um tipo de contato com o ciberespaço. A diferença é como se relaciona com a tecnologia - de forma viciada ou fanática, ou mais "cool", equilibrando com alternativas offline que, afinal de contas, ainda existem. Mas fugir da tecnologia não será possível. Conheço caso até de recém-nascido já ter twitter, feito pelos pais, claro.
ResponderExcluirAdriano Villela
Adriano
ResponderExcluirSim, você tem razão, estamos de fato vivenciando este acontecimento: as cibereinfâncias.